Monitoramento de SARS-Cov-2 na rede de esgoto (V.4, N.7, P.10, 2021)

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Divulgadores da Ciência:

REDE DE MONITORAMENTO DE COVID-19 EM ÁGUAS RESIDUAIS – ANA/MCTI/MS Grupo de Pesquisa da UFABC

O mapeamento epidemiológico baseado no conceito de biomarcadores (fezes e urina dos portadores de doenças), denominado WBE (Wastewater-Based Epidemiology) não é um método novo e tem sido usado com êxito desde o enfrentamento da epidemia de poliomielite nos Estados Unidos na década de 1940. No contexto da COVID-19, esse método pode ser utilizado em uma comunidade para estimar a frequência da contaminação, por meio da detecção do RNA do vírus no esgoto da comunidade e balanços de massa sobre a eliminação do vírus usando dados de vazão de esgoto e fluxo de população, assim, o monitoramento do esgoto permite avaliar indiretamente o aumento ou a diminuição da carga viral de COVID-19 de uma determinada população.

 

Os resultados das análises podem ser usados para identificar pontos críticos e criar um Sistema de Alerta Precoce (SAP) eficaz que pode ser usado para alertar as comunidades, rastrear a propagação e direcionar ações de enfrentamento à pandemia, como, por exemplo, aumentar estratégias de testagem e preparar a infraestrutura de saúde no local. Permite também avaliar o sucesso das intervenções. Unindo a expertise em saneamento ambiental e saúde pública, o grupo de pesquisa da UFABC, sob coordenação do biólogo e professor do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC (CECS- UFABC), Dr. Rodrigo de Freitas Bueno, iniciou em junho de 2020, o estudo piloto de monitoramento de COVID-19 em águas residuais na região do ABC do estado de São Paulo, com duração prevista de 24 meses, visando apoiar os gestores públicos na elaboração de medidas de contenção.

 

Os pontos monitorados nesse projeto estão distribuídos em diferentes locais de Santo André, São Caetano, Mauá e Diadema – uma das regiões mais urbanizadas e populosas do país. A população das áreas monitoradas no projeto piloto vão desde 570 habitantes até 1,6 milhões de habitantes. O monitoramento é realizado semanalmente, após coletadas as amostras são encaminhadas para o Laboratório de Processos Biológicos da Universidade Federal do ABC (UFABC), onde são processadas. A metodologia proposta tem possibilitado prever eventos de aumento e queda de casos da COVID-19 com aproximadamente 14 dias de antecedência, tempo suficiente para as autoridades locais direcionarem ações de controle para as áreas afetadas.


REDE DE MONITORAMENTO DE COVID-19 EM ÁGUAS RESIDUAIS – ANA/MCTI/MS

Grupo de Pesquisa da UFABC

@monitoracovisp

 

 

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