|Muitas informações sobre o novo Coronavírus?| # 2 – Número de casos e como são feitos os testes para confirmação da Covid-19 (V.3, N.4, P.10, 2020)
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Desde o início da pandemia do novo coronavírus a internet vem sendo bombardeada com inúmeras informações, tais como formas de contágio, grau de letalidade, quarentena, testes rápidos etc. As mensagens trocadas em redes sociais e pelo whatsapp compartilham inúmeras informações, nem todas corretas ou esclarecedoras. Por isso, nesta série de textos, os professores da UFABC Fúlvio Rieli Mendes e Sergio Daishi Sasaki tentam explicar de uma forma simples alguns dos principais tópicos que vem sendo discutidos nas mídias sociais.
No post anterior já falamos sobre os temas: “Covid-19 ou SARS-Cov-2“, “Por que tanta preocupação e por que do isolamento social?“. Hoje falaremos sobre o número de casos de Covid-19 e como são feitos os testes para confirmação da Covid-19. Vamos lá!
Sobre o número de casos de Covid-19
Os noticiários apresentam diariamente os números de casos confirmados de Covid-19, o número de óbitos e de pessoas curadas, e, em alguns momentos, o número de casos suspeitos.
É importante ficar claro que os casos suspeitos referem-se às pessoas que possuem sintomas da doença, mas que ainda não fizeram testes para comprovar a infecção pelo SARS-Cov-2 (causador da Covid-19) ou estão aguardando o resultado.
Os casos confirmados referem-se ao número oficial de pessoas que testaram positivo nos testes para Covid-19 e sua contagem é cumulativa, ou seja, incluem pessoas que morreram devido a complicações da doença, pessoas diagnosticadas com a Covid-19 (tanto os pacientes internados como os casos positivos assintomáticos ou que apresentem apenas sintomas leves) e indivíduos que contraíram o coronavírus e já estão curados.
Também é importante frisar que os números oficiais certamente não retratam o número real de pessoas infectadas com o SARS-Cov-2, pois apenas uma parcela da população foi testada. Devido à limitação do número de kits, ao elevado custo e ao tempo necessário para fazer os exames, os testes vêm sendo feitos apenas em pacientes com sintomas mais graves, profissionais de saúde e grupos de maior risco, ou seja, existe uma subnotificação do número real de casos. Por outro lado, isto também sugere que a taxa de mortalidade e complicações seja menor do que o que se vem considerando, pois as pessoas assintomáticas e com sintomas leves que poderiam ter a Covid-19 não estão sendo testadas. Importante: isso não significa que devemos afrouxar as medidas de segurança, mas sim que as taxas reais de infecção e que o grau de letalidade só serão realmente conhecidos no futuro e, ainda assim, por aproximação.
Como são feitos os testes para confirmação da Covid-19?
Basicamente, estes testes podem ser classificados em dois tipos: testes rápidos e testes por PCR em tempo real.
Os testes rápidos, como o nome indica, dão resultado em poucos minutos ou horas. São testes feitos com instrumentos que detectam a presença de anticorpos contra o vírus no sangue da pessoa suspeita de ter a Covid-19. Anticorpos são defesas naturais que nossos corpos produzem para tentar combater a presença de micro-organismos, como o vírus. Dependendo do tipo de anticorpo detectado (Imunoglobulina M -IgM ou Imunoglobulina G – IgG), o teste indica se a pessoal está infectada e possui vírus ativo (IgM) ou se foi infectada e já está curada (IgG).
Infelizmente, os testes rápidos podem dar resultados “falsos negativos”. Segundo informações dos fabricantes e do governo, estes testes ajudam a confirmar os casos de pessoas que apresentam sintomatologia há pelo menos alguns dias, mas resultados negativos não garantem que a pessoa não esteja infectada.
Já os testes de PCR em tempo real produzem resultados com quase 100% de acerto. Esses testes são realizados com amostras nasais e orais (swabs de nariz ou boca), ou de escarro do paciente. A sigla para esse teste (RT-qPCR) refere-se ao nome em inglês da reação que é feita, neste caso, para detectar o material genético viral, reação em cadeia da polimerase, quantitativo, em tempo real.
Tratam-se de testes que empregam técnicas de biologia molecular, aparelhos modernos e reagentes muito sofisticados e, por isso, conseguem detectar a presença do vírus com enorme precisão. Infelizmente estes testes são mais demorados e o número de exames possíveis depende da existência de aparelhos, reagentes e pessoas qualificadas para fazer o exame; por isso é inviável que esse teste seja feito para todos os casos suspeitos.
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Na publicação final da série, os professores falam sobre as medidas de comportamento que todos devem adotar como forma de proteção e quando teremos a cura para a Covid-19? Caso queira receber notificação dos próximos textos, basta inscrever seu e-mail na barra lateral esquerda.
Acompanhe também os outros episódios da série “Muitas informações sobre o novo Coronavírus?”:
Prof. Dr. Fúlvio Rieli Mendes é professor de Farmacologia da Universidade Federal do ABC e orientador do programa de pós-graduação em Neurociência e Cognição da UFABC. Tem experiência nas áreas de Farmacologia e Neurociências, com ênfase em Produtos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: psicofarmacologia, neurodegeneração, dependência de drogas, plantas medicinais, adaptógenos e modelos animais.
Prof. Dr. Sergio Daishi Sasaki é professor da UFABC na área de Ciências Biológicas. Tem experiência na área de Bioquímica e Biologia Molecular com ênfase em purificação e caracterização de proteínas, técnicas de DNA recombinante, imuno-bioquímica, silenciamento gênico por interferência de RNA. Atualmente desenvolve projeto de pesquisa aplicando os inibidores de serinoproteases em modelo de enfisema pulmonar
Referências / links úteis:
https://coronavirus.saude.gov.br
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/qual-e-a-diferenca-entre-coronavirus-covid-19-e-sars-cov-2-entenda/
https://super.abril.com.br/saude/sim-o-coronavirus-veio-da-natureza-e-nao-de-um-laboratorio/
https://pt.wikipedia.org/wiki/PCR_quantitativo_em_tempo_real
https://biossistemasufabc.wixsite.com/home/post/biossistemas-e-covid-19
http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/aprovados-primeiros-testes-rapidos-para-covid-19/219201
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